Apesar dos italianos que vieram para cá no final do século XIX serem na sua grande maioria analfabetos, não pouparam esforços para se alfabetizarem, mesmo através de iniciativas particulares. Na Fazenda Santa Gertrudes os próprios colonos procuravam sanar o problema da falta de escola. Reuniam-se à noite na casa daquele que possuía condições de ministrar aulas aos demais e ali aqueles que eram analfabetos conseguiam aprender as primeiras letras e fazer contas, além de obterem outras noções gerais.


Estas aulas eram pagas ao "professor" ou em dinheiro ou em espécie, geralmente querosene. Através da documentação existente verifica-se a existência de uma escola na Fazenda na primeira década do século XX, 1902 aproximadamente, sendo o professor mantido pela fazenda e recebendo Rs 3$000 por aluno a cada 2 meses. Em 1921 foi instalada a primeira escola pública confiada a professores diplomados e portanto habilitados ao bom desenvolvimento da mesma. Foram montadas quatro classes: duas mistas em duas colônias e uma feminina e outra masculina na sede.

Embora as professoras fossem nomeadas pelas autoridades governamentais, eram sempre indicadas pelo proprietário. O número de classes instaladas na Fazenda demonstra que deveria haver uma grande quantidade de crianças freqüentando-as. Entretanto há de se salientar que enquanto os pais sentiram a necessidade da alfabetização, o mesmo não se manifestava em relação aos filhos. Isto ocorria em virtude da importância da mão de obra infantil nos serviços da lavoura , tanto crianças escravas como imigrantes iniciavam sua vida "profissional" ao redor dos 8 anos, fosse, no caso das crianças imigrantes, trabalhando ao lado do pai, fosse familiarizando-se com o trato dos cafezais, fosse ainda carregando as refeições. Assim, a escolarização das crianças, em especial do jovem, encontrou resistências pois significava a perda de braços para a lavoura.<